quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Encontro dos Rios - Teresina

Um dos locais famosos de Teresina é onde as águas do Rio Parnaíba se encontram com as do Rio Poti. Supostamente, onde morava o pescador Crispim, protagonista da lenda do Cabeça de Cuia, de Piauí. Hoje, Parque Ambiental Encontro dos Rios.

Monumento ao Cabeça de Cuia, na entrada do Parque.

Segundo a lenda, certo dia, o pescador voltou para casa frustrado por um dia improdutivo, e pediu comida para a sua mãe. Como não havia nada, a mãe serviu uma rala sopa com osso de boi. Crispim se irritou, e acertou sua mãe com o osso. A velha, com as últimas forças, amaldiçoou Crispim a vagar pelos rios como um monstro de cabeça gigante, como se tivesse uma Cuia na cabeça. A maldição se quebrará apenas quando o "Cabeça de Cuia" devorar (ou desvirginar, conforme a versão) sete Marias virgens. Desde 2003, comemora-se na última sexta-feira do mês de abril, o Dia do Cabeça de Cuia.

No Parque, há algumas atrações como o Museu dos Rios, Restaurante Flutuante, lojas de produtos artesanais, playground, mirantes, locais para pesca, além de poder entrar em contato com a fauna e a flora local.

Exemplares de peixes, no Museu dos Rios

Passeios de Barco pelos rios Parnaíba, Poty, e o encontro dos Rios: R$ 3,00

Restauante Flutuante

Manjuba com molho tártaro

Peixada de Pescada Amarela

Pôr do sol do Rio Poty

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A Maratona se inicia no aeroporto...

Escrevi no novembro do ano passado que ter algum preparo físico pode ser essencial para resolver problemas numa viagem.
http://viajantetotal.blogspot.com/2009/11/ser-maraturista.html

Só não imaginava que esta constatação faria tão sentido 15 dias depois, quando embarquei pela primeira vez aos Estados Unidos. Instrução básica, ainda mais reforçada quando viajamos para os States: JAMAIS deixe que outra pessoa feche sua mala. E eu não segui a recomendação. Como sempre, arrumei as malas de última hora e, pedi para o meu pai trancar a mala, ainda dentro de casa. No aeroporto, depois que o despache já estava feito, meu pai me pergunta: "pegou a chave da mala?". Obviamente que não. Até pedi pros staffs da American Airlines verificarem se a chave estava presa na minha mala. Com a resposta negativa, não havia mais o que fazer. Fui pra sala VIP tomar um café com meus pais, já pensando como faria para abrir a mala em solo americano. Possívelmente, teria de destruir a minha mala de estimação.

Decidi deixar a dor de cabeça para quando chegar em Los Angeles, e curti o vôo de Guarulhos (GRU) ao Aeroporto de Dallas-Forth Worth (DFW), onde faria conexão para a Califórnia. Uma vez retirada a mala e feita a imigração de forma tranquila, tinha cerca de uma hora até o próximo embarque. Consultei os funcionários do aeroporto para redespachar a minha mala trancada, contendo diversos itens proibidos enquanto bagagens de mão. Eis que, não sei quem entendeu errado enquanto eu tirava as minhas dúvidas, mas quando percebi, eu já estava na área de segurança. Obviamente, fui barrado. Tentei explicar a situação sem tanta confiança no meu inglês, mas os policiais foram bem compreensivos e gentis, pedindo para que eu aguardasse. Dentro de alguns minutos (que para a minha percepção eram longos e rápidos ao mesmo tempo!!), chegou um perito com seu molho de chaves, que observou a minha mala, escolheu uma chave, e conseguiu abrí-la de primeira.

O policial retirou da minha mala alguns itens como protetor solar, xampus, etc, e rapidamente iria trancar a mala de novo para me liberar. Pedi, quase implorei, para que não trancasse a mala de novo, e agradeci a toda a equipe. Vi o meu relógio. 7h19m. Eu teria 11 minutos para chegar até a plataforma. Ah, como é bom pegar vôo internacional dos aeroportos de Cumbica ou Salgado Filho em Porto Alegre, onde a plataforma fica logo depois da área de segurança... Como tudo que há no Estado do Texas, o Aeroporto de Dallas-Fort Worth é gigantesco (o maior do Texas, segundo dos Estados Unidos, o terceiro do mundo, e com área total maior que a ilha de Manhattan). Era necessario correr. E ainda pegar monotrilho de um terminal pro outro.


Aeroporto de Dallas Fort Worth (by Wikipedia)


E finalmente aqui que entra a questão do meu preparo físico. Uma das maiores vantagens de ser um atleta é que dependendo da situação, é possível dissociar funcionalmente a cabeça do corpo. Ou melhor dizendo, ligar o "piloto automático" no corpo para um movimento que não seja muito complexo, e ao mesmo tempo, deixar a cabeça livre para pensar no próximo passo, com calma e frieza. Ora, na hora que saí da área de segurança pra começar a correr, eu nem sabia que teria que pegar o monotrilho. E quando cheguei à plataforma de monotrilho, ainda teria de descobrir qual o sentido que era mais próximo do terminal que eu estava. Do jeito que costumo ficar desesperado para realizar tarefas em curto espaço de tempo, fiquei surpreso comigo mesmo, de como estava calmo, durante a corrida ou durante o "passeio" no monotrilho.




Fotos do monotrilho Skylink que tirei no meu retorno ao Dallas-Fort Worth, na ocasião da conexão que fiz no vôo de Tucson (Arizona) para Miami (Flórida).

Sem falar que, se eu não tivesse a resistência física para percorrer este trecho carregando a minha mala que na verdade era pra ser despachada (ainda bem que era pequena e leve), sobraria a mim, sentar e chorar. Literalmente.

Deu tudo certo, e no fim, não foi necessário destruir a minha mala de estimação, que me acompanha nas viagens desde 2005, a primeira vez que viajei de avião, ao se desconsiderar vôos na infância.

A mala "hard case" azul. Na foto, durante um congresso em Lisboa (2005)

Já a segunda passagem pelo Aeroporto de Dallas-Fort Worth foi agradabilíssima, mas como o tempo de conexão era curto, tive que dar umas corridinhas para poder ver as lojas. Depois de exagerar nas curiosidades, quando eu já estava de novo correndo para a plataforma, de repente, escuto risos, e um vulto escuro aparece rolando no meu caminho.



Era o Rolling Laughing Dog. Não tive tempo de comprar esse brinquedo neste momento (uns dez dias antes do Natal), e depois tive que percorrer quase 20 Estados americanos para finalmente encontrá-lo outra vez, para comprar. Possívelmente foi um sucesso de vendas no Natal, esgotando em quase todas as praças.